Algo que Você Precisa Saber (2009)
por Luis Galvão
O cinema francês me fascina e poucas películas que eu assisto deles eu considero abaixo da média. Esse segundo longa da diretora/roteirista Cécile Telerman é um dramalhão sem tamanho, com personagens que poderiam render bem mais e um elenco que não consegue fluir. E mesmo com todos esses erros, ‘ Algo Que Você Precisa Saber’ ainda é um filme acessível e com alguns poucos diálogos super inteligentes e que salvam o filme.
A família Celliers é a típica família problema dos cinemas. O patriarca Henry (Patrick Chesnais) está regredindo desde que se aposentou e a esposa Mady (Charlotte Rampling) é ranzinza e ríspida. O trio dos irmãos é formado por Antoine (Pascal Elbé) – um empresário falido – Alice (Mathilde Seigner) – uma pintora drogada e depressiva como a mãe – e Annabelle (Sophie Cattani) que nem aparece muito, senão no clímax. Toda a trama começa quando Alice se envolve com um policial e causa alguns problemas para a família. Fora o testamento de Henry que deixa tudo para o único filho homem e o mais velho. Enfim, nada fora do normal do que é visto nas telas: discussões, brigas e bate-boca de parentes.
O problema é que a trama poderia ser mais bem trabalhada, já que a maioria do tempo o filme demora a criar um destino específico. Os personagens poderiam ser explorados, mas nota-se que os atores, e até mesmo a ótima Rampling, ficam presos a falas interessantes soltas em um grande embaralhado de conversações desprezíveis. O tom de deboche utilizado a partir de certo ato do filme dá um ar inovador, mas não o suficiente para entreter até a chegada do clímax morno e maçante.
De outro lado temos algumas coisas super elogiáveis, algumas falas hilárias com o Henry esbravejando: “Alice vendendo drogas? Impossível! Ela é pintora: ignorante ao revender qualquer coisa!” e poucos sopros de inspiração e originalidade, mas quando feitos são perfeitos. Acho que Cécile tinha um ótimo material em mãos e um elenco competente, no entanto não sai do básico e fez uma obra ‘assistível’, mas que logo é esquecida.
Eu não conhecia este filme. Acho que em parte por ser francês, origem de filmes o qual não tenho praticamente nada de conhecimento!
Uma ponto importante: Achei as características dos personagens atrativas, mas logo a citação que os mesmos poderiam ser mais explorados, nos mostra que houve uma falta talvez de aprofundamento!
Mas pelo tom deboche, elenco e claro bons momentos como o clímax, pode nos dar uma boa conferida!! 😀
Abraço
Não conheço o filme, mas de modo geral, aprecio o cinema francês porque são filmes muito focado em dramas, gênero que gosto muito.
Desde que estreou no cinema no ano passado em circuito fechado, estou de olho neste filme. Até então, nao tinha visto nenhuma crítica a respeito. E mesmo o filme sendo mediano, onde tem Charlotte Rampling, é sempre bom dar uma conferida =)
abraço!
Tb gosto muito do cinema francês. Mas há muita coisa “assistível” vindo de lá. E esquecível. Esse status de cinematografia imortal e sofisticada é um tanto exagerada. Acho, por exemplo, o cinema espanhol muito mais iventivo e regular.
ABS
Ricardo, eu gosto bastante do cinema francês (é um dos meus preferidos), mas esse poderia render bem mais, é verdade.
Fernando, temas de conflitos familiares sempre são belissimamente encenados por franceses.
Elton, de fato eu fui conferir esse filme pela Rampling, que dá um show, mesmo que o roteiro em algumas partes não ajude.
Reinaldo, eu não sou muito ligado ao espanhol não, visse? E o francês me fascina, mesmo com uma obra não tão boa quanto essa.
[…] quanto ela – essas famílias disfuncionais são quase uma constante no cinema francês (Algo que Você Precisa Saber, por exemplo) – e todo o caminho que Lena deveria percorrer é cheio de palpites irônicos, […]
Nossa, vcs viram mesmo ao filme? Ele é maravilhoso!!!