Salve Geral! (2009)
por Luis Galvão
Como já era esperado, o filme que vai concorrer a uma vaga no Oscar esse ano trata sobre violência desmedida, presídios superlotados e gangues que tem mais poder que a polícia. Filme típico do que se espera do Brasil. Uma pena.
O filme de Sérgio Rezende, que concorreu com, por exemplo, ‘Besouro’[Tikhomirof], ‘Jean Charles’[Goldman], ‘Feliz natal’[Selton Mello] e ‘Budapeste’[Walter Carvalho], tem acertos sim, mas tem muito erros que não se espera de um filme pré-indicado ao Oscar.
Lúcia (Andréia Beltrão ótima, mas com uma personagem que não se desenvolve muito bem) é uma típica mãe, professora de piano, que está vendo sua vida desmoronar quando seu filho Rafael (Lee Taylor, não muito bom e com um personagem que não simpatiza) é preso por assassinato, as vésperas dos ataques do PCC a São Paulo. Começa aí uma jornada de Lúcia para tirar seu filho da cadeia, até se envolver com uma advogada corrupta, Ruiva (Denise Weinberg, a melhor do filme, e que ilustra o post) que é ligada ao ‘Partido’. Lúcia, para completar, ainda se envolve em um romance com um professor, mesmo que isso pareça super inverossímil; e segue sendo manipulada pela Ruiva, se envolvendo ainda mais com os crimes. Atos que não passam nem perto do realismo proposto.
Porém o filme não é todo ruim, ele mostra uma realidade que conhecemos muito bem dos presídios lotados, do fraco poder dos governantes frente aos marginais, dos advogados desses presidiários que, muitas vezes, são tão envolvidos na máfia quanto os criminosos. Até mesmo a história que se passa por trás dos crimes é legal de se conhecer. Mas, por exemplo, em nenhum momento a cidade de São Paulo, que para mim seria a grande prejudicada e protagonista, não é mostrada por inteiro, sempre passando a impressão que foi filmada em estúdio.
Um desfecho fraco, personagens que não cativam muito, e trama um pouco batida para nós [porém, pode ser um tanto quanto original na visão ianque], com erros e acertos, “Salve Geral!” é um típico filme que promete e não cumpri, mas não deixa de ser uma escolha já esperada para filme brasileiro.
Esse filme é pior do que eu pensava. Tô até com preguiça de escrever sobre.
Abs!
Ainda não assisti, mas tenho a impressão de que não foi a melhor escolha do Brasil. Além de repetir um tema um pouco desgastado que é a violência, o filme não contribui para uma novo ponto de vista sobre o assunto, como por exemplo, Cidade de Deus e Tropa de Elite trouxeram.
Minha opinião é que ” À Deriva” é que deveria ser escolhido. O filme se também peca pela falta de originalidade, pelo menos, é muito bem produzido.
Em partes, eu acho que um filme desse não foi feito pra cativar, nem seus personagens nem suas cenas. No entanto, pelo que percebo do seu texto, ele também não choca. E isso não dá a real necessidade para qual o filme vem a ser apresentado, fazendo com que caia na mesmice e, dessa forma, mais uma vez passemos longe de uma possível indicação, ao menos!
Pena!
Acho que falta a este filme uma coragem maior, uma vontade de criticar mais o que aconteceu ali… Porém, concordo contigo que a melhor coisa do filme é a Denise Weinberg!
[…] e política: Salve Geral Depois que escrevi o post abaixo, li alguns outros textos aqui e acolá de blogs de cinema que também apontavam limitações para Salve Geral, filme que irá representar […]
Bruno, realmente deixa muito a desejar. Não é o que se esperava de um filme pré-indicado ao Oscar.
Fernando, acho que o maior erro de ‘Salve Geral!” é esse mesmo, ele não inova. E, realmente, eu também preferia ‘À Deriva” a este.
Robson, é uma pena mesmo. Se enquanto o Brasil tenta se distanciar dessa imagem que passa para o exterior, esse filme nos ‘arrasta’ de volta à nossa realidade de violência e despreparo policial. Além de não mostrar nada de novo ao que já sabemos.
Kamila, esse realmente foi um dos pontos que mais critico, a falta de ‘coragem’ de inovar prejudica o tom que eles queriam dar ao filme, o que o faz cair na mesmice. E Denise é uma das poucas coisas que salvam o filme
Apesar de ,no geral, ter me saído positivo, concordo com vc que ele não inova em nada nesse gênero.
Brenno, o filme tem acertos também, não é só erros. Mas não é o que eu esperava de um filme brasileiro pré-indicado ao Oscar, uma pena.